sexta-feira, 26 de junho de 2015

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venho do caminho da igreja até casa a pensar nestas coisas a vida, na hora da despedida. Do que eu disse à mãe, como eu, se ela está bem, quando eu sei que nada mais vai ficar bem. Porque podíamos ser nós, foram vocês, nossas companheiras de viagem....
Como posso dizer que chegou a hora dela quando no meio da espera, dessa hora, que se vai adiando, nós não queremos que ela chegue... ela nem devia chegar.
como eu fui capaz de perguntar se vais ficar bem quando sei que nunca mais se preenchem vazios

Não digam que crianças especiais têm os dias contados, que é uma questão de tempo, porque não é. Ninguém tem noção da intensidade dos nossos dias, como são poderosos e como nos marcam
Como se vive depois???
não consigo imaginar.... o que se faz com o conhecimento que fomos obrigadas a ter, com a força que fomos obrigadas a descobrir, com o valor de sorrisos ...
Dizem que agora não sofrem mais, mas também não nos vão abraçar mais, beijar mais, sorrir mais olhar mais.... o que se faz com tudo que vai deixar de ser  feito....

venho muito triste, porque hoje foi uma amiga, são duas amigas, companheiras mesmo que não nos estejamos sempre a telefonar, mas sabemos que estão lá, que estão bem.....que estamos bem

ninguém está preparado para isso

minha amiga , não quero estar no teu lugar, nem queria que tu aí estivesses


o meu coração hoje ficou muito apertadinho, por ti, por mim, por nós, por quem não merece...