Maio foi o último registo e parece que foi há dois atrás. ando eu sem relógio na cozinha, único compartimento da casa onde existe o tempo contado de igual maneira para todos, e no entanto ele voou.
O último medicamento nao correu, igual a todos os outros já triplicados na experiÊncia do acreditar e tantas outras manobras foram acontecendo.
A anemia voltou mais desevergonhada o que nunca, obrigando a transfusão e ainda a ferro endovenosos. Continuam a ocorrer episódios de vomito preto que ninguém sabe de onde vem, mas a anemia surge precisamente apos a ocorrência deles.
As crise estão diabolicamente presentes e quando começam, ficam a gozar com a cara das pessoas e mal acaba uma, passados 5 minutos vem outra. Os diazepans são um fogo de artificio, foram tantos que o efeito já mal se nota.
É assim que aminha filha tem mantido a sua preciosa vida, esforçando-se diariamente para se manter firme nesta emboscada.
A dieta cetogénica está de volta. Agradeço sempre a sua existência, é mais ou menos a única coisa em que eu acredito. Vou acreditar ainda com mais força, visualizar os neurónios, axónios e dendritos e todos restantes componentes, químicos e elétricos do cérebro a andarem de mãos dadas para a merecida paz do dia a dia. Ela merece tanto e eu também, nós todos.
Espero que estejam todos bem , os que vão passando por aqui, seja qual for a razão, acredito muito que as coisas hão-de-se tornar mais fáceis. Confesso que o que era difícil ontem, no hoje é ainda mais, o que significa que temos a capacidade de criar resistência ao que a vida nos vai propondo e, a atitude positiva, resiliente,( diferente de aceitação ) torna a doença mais leve. Difícil, mas necessário para levantar com a força matinal por todos.
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